sexta-feira, 8 de maio de 2015

Praia do Sono x Cachoeira do Saco Bravo

Há alguns anos, desde que fui pra Trindade, estava pretendendo fazer uma visita à praia vizinha, a praia do Sono. Pesquisando mais sobre essa trilha, descobri que na seqüência haviam outras praias a serem exploradas, mas o melhor: uma cachoeira muito diferente de qualquer cachoeira que eu já tinha visitado, a cachoeira do Saco Bravo. O super diferencial dessa cachoeira é que ela fica à beira do mar, e de lá você vê as ondas enormes quebrando, de camarote, das aguas da cachú.
Botei pilha pro meu amigo do trabalho Ismael que adora trilha, e marcamos de ir no final de semana de 2 a 3 de maio. São Pedro ajudou, e a previsão era de sol. Chamei outra amiga do laboratório, a Vanessa, que mesmo sem muito preparo pra trilhas tinha vontade de sobra de explorar com a gente. Ismael me buscou 5h30, e passamos pra buscar Vanessa. Pegamos um nascer do sol em Copa, e logo pegamos a estrada rumo a Paraty-RJ, e seguimos até a placa de Patrimonio que indica a entrada para trindade e para a vila de Oratório, de onde começa a trilha.
Chegando ao condomínio de Laranjeiras, seguimos mais um pouco de carro até encontrar estacionamentos em casa de moradores locais na vila. O preço de 20 reais por dia é tabelado. Deixamos o carro junto com a chave, e lá fomos nós rumo à aventura.

A trilha vai subindo lentamente, com um caminho amplo de terra batida. É bastante frequentada principalmente por pessoas sem carga que só vão passar o dia na praia do sono e voltar. Achei a trilha bem tranquila, passa por alguns córregos pequenos e tem muitas partes planas e de descida onde o trilheiro pode recuperar o folego mesmo com mochila de camping nas costas.


Trilha Oratório-Praia do Sono tranquila, de terra batida
Vanessa e eu logo antes de chegar na Praia do Sono
Indo em direção ao final da praia do Sono

Chegamos na praia do Sono e fiquei impressionada com a infra-estrutura da praia. Muitas casas construídas na beira do mar servem de bares, restaurantes, pousada. Tem açaí, pastel, café da manhã, PF, ambulantes que vendem artesanato, redes penduradas nas árvores ao longo de toda a praia, uma boa quantidade de pessoas, e também de barcos e redes de pescadores. Paramos rapidamente pra passar protetor solar, repelente e para Vanessa tomar um banho de mar. Como eu já esperava, a praia tem bastante onda. Para aqueles que buscam maiores informações sobre essa praia cliquem aqui.

Praia do sono com suas redes de pescadores e barcos

Ao fim da praia desemboca um rio, e logo após atravessá-lo começa a trilha para a praia de Antigos.

Rio ao fim da praia do Sono

A subida é curta, mas muito íngreme, e é constituída em sua maioria de degraus que ajudam a transpor o morro que separa as praias. Mesmo com a subida pesada, achei a trilha rápida. Vanessa teve muitas dores nas costas pois a sua mochila não era apropriada para expedições, daí Ismael acabou tendo que carregar a dele e a dela, enquanto ela levou a nossa barraca.

Subidinha "porreta" pra vencer o morro entre o Sono e Antigos

Antigos é uma praia média (também estava com mar agitado nesse final de semana!) que tem um rio logo no canto inicial e é um pouco mais deserta que a praia do Sono. Tem uma pedra bem grande no meio da faixa de areia sobre a qual algumas pessoas sobem. Quase ao fim da extensão de areia, perto da mata, tem uma placa indicando a entrada (um pouco escondida) da trilha para Antiguinhos. Segue-se caminhando até uma bifurcação na qual se seguir à direita chega-se a Antiguinhos. Para Galhetas e Ponta Negra, voltar para a trilha principal e seguir reto.

Descansando na chegada de Antigos
Praia de Antigos com seu rio e a pedra na faixa de areia
A trilha até Antiguinhos é bem rápida, uns 5 minutos. Essa praia tem porte bem menor, e abriga um arbusto cheio de borboletas verde fluorescente e laranja. Tem muitas pedras ao final, também tem um riacho com água doce em seu início e não estava com o mar calmo.

Visão panorâmica de Antiguinhos 
Borboletas no arbusto de Antiguinhos


Voltando e seguindo para a trilha principal, continuamos mais uma meia hora e chegamos em uma ponte suspensa que passava por um rio lindo que desembocava no mar. O rio tem uma cachoeira pegando uma trilha mínima pra esquerda, mas não paramos. Aproveitamos pra nos refrescar logo embaixo da ponte, onde o rio forma umas piscinas naturais.
 
A turma atravessando a ponte antes de Galhetas
Mergulhando no Rio embaixo da ponte logo antes de Galhetas

Seguimos viagem por dentro da mata, passando por um buraco logo no final da ponte, mas é possível chegar a Galhetas pelas pedras também. Rapidamente, assim que chegamos a uma bifurcação, indo para a direita, chegamos em Galhetas, uma praia minúscula com pouquíssima areia e constituída em sua maioria por pedras.

Praia de Galhetas
Mais uma vez, voltando para a trilha principal, chegamos finalmente à Ponta Negra no final da tarde. Para aqueles que querem explorar um pouco mais as opções de Ponta Negra, segue o primeiro link e o segundo.

Praia de Ponta Negra

A trilha cai no camping da Branca, que foi onde acabamos ficando, mas existem outros campings que ficam na praia e facilitam o acesso aos barcos, ao mar e aos restaurantes. O camping da Branca prepara prato feito e também café da manhã que é servido numa área com cadeiras de plástico e mesinhas, tipo um bar. O preço do camping é 15 R$ por pessoa. Não tem energia e a água do banho é fria, mas como a vila inteira não dispõe de energia elétrica, com exceção de casas que têm painel solar doado por um gringo, acredito que nenhum dos campings possua essas regalias. A propriedade fica em no morro e para chegar à praia é preciso descer um pouco e atravessar um rio, ou pegar um caminho alternativo mais longo que passa por 2 pontes e desemboca no meio da praia. A praia é pequena, tem pedras em alguns trechos, é bem funda (tipo praia oceânica) e como todas as outras em que passamos estava agitada. A foto que postei aí em cima é do dia seguinte, bem cedinho, quando a maré estava baixa e o mar bem mais calmo. Na minha opinião, é a mais bonita dentre as praias que visitamos, mas contrariamente ao que as descrições da internet nos fazem acreditar, a areia não é branca e fina, ela é dourada e de um grão bem grosso. Como de praxe nas praias dessa região, um rio desagua no mar no inicio da praia.

Armamos a barraca Cobra pra 4 pessoas da Trilhas e Rumos, enquanto a simpática neta da dona Branca (ela se chama Jussara e tinha apenas 3 anos!) conversava horrores com a gente, subia em árvores e acariciava o gatinho siamês do camping, uma graça! Logo em seguida, fomos mergulhar na praia mesmo após o anoitecer e pudemos observar a rotina diária dos moradores, que consiste em pesca, transporte de lancha motorizada de turistas e um futebolzinho básico da molecada. Depois do mergulho, fomos a um restaurante chamado bar do Teteco, que chamou nossa atenção devido às velas que deixavam o lugar com um jeitão rústico e romântico (a vila não dispõe de energia elétrica). Ali em frente tem uma bica tipo chuveiro de água doce pra tirar a água salgada do corpo. No Teteco comemos um prato feito que consistia de peixe (curvina ou sororoca) grelhado, arroz, feijão e salada de alface com tomate por 25 reais. Por mais 20 reais, incluímos uma porção de batatas fritas que dividimos por 3. O preço das bebidas girava em torno de 3 reais. No camping acho que o PF era mais barato (20 R$), mas não tinha o charme de comer olhando a praia, nem à luz de velas. Voltamos pro camping, tomamos banho de água fria, e fomos dormir. Vanessa e Ismael precisaram de Bálsamo Bengué por conta das mochilas pesadas, eu dormi tranquilona sem dor, mas em compensação, alguns borrachudos castigaram no horário de chegada ao camping (umas 17h30/18hs), e só o repelente que passei às pressas me salvou de ficar completamente "encalombada" da cabeça aos pés. Aqui seguem os telefones dos campings de lá que consegui: Branca: (24) 9938-1614 – 9920-0036 – 9815-3780, Ismael: (24) 9973-8365, além de referência para aluguel de chalés.

Esperando o jantar com as velas no bar do Teteco

No dia seguinte, acordamos cedo (umas 6h30) mas só saímos 8hs pois não levamos fogareiro e nada abria na praia antes das 8hs. Como precisávamos comer bem para aguentar a caminhada, tivemos que esperar pelo menos o pessoal do camping acordar para tomar café (ovo mexido, pão na chapa café com leite e achocolatado) que custou 5 R$. No camping, pode-se comprar também água de 1,5 L por 8 R$ e um pedaço bem generoso de bolo de beterraba ou cenoura (dependendo do dia) com calda de chocolate por 4 R$.
Saímos e pegamos a trilha rumo ao Saco Bravo. A trilha pode ser acessada de duas maneiras diferentes: ou pelo meio da praia seguindo as escadarias entre as casas, ou descendo do camping da Branca, passando à esquerda por traz de uma pedra e passando por duas pontes, após as quais se chega ao mesmo ponto da trilha que começa na praia. A trilha segue por uma subida de terra lisa e por vezes escorregadia, íngreme demais, passando ao lado de diversas casas. Quando a gente acha que já não tem mais casa nenhuma, eis que surge a última, lá no alto! É preciso vencer um morro bem alto, ao topo do qual existe o único local onde celulares conseguem captar o sinal das antenas, então aproveitem pra dar sinal de vida. Esse topo é descampado, e demarca a transição entre uma descida gradativa por uma trilha mais escura e fechada e é um ótimo ponto pra se aliviar caso esteja apertado, pois é plano e possui terreno descampado mas escondido da trilha principal por vegetação.
Clareira no topo do 1o morro da trilha para o Saco Bravo
No próximo trecho, passamos por diversas descidas e subidas moderadas alternadas, mas existe ainda um segundo morro a ser cruzado antes de poder chegar à descida que leva à cachoeira. Em um dado momento, nos deparamos com uma pedra onde a trilha parecia ter chegado ao fim. Ficamos meio perdidos, mas indo averiguar, descobri que a trilha seguia, mesmo que mais estreita, pelo lado esquerdo da pedra gigante por traz dela, em declive. Tem uma hora que a gente ouve barulho de onda batendo na pedra, depois de descer bastante, e a gente acha que está chegando, mas é pura ilusão hahaha, passa por um tipo de escadinha com corrimão na qual ainda tinha uma faixa de plástico amarela e preta pendurada. A trilha cruza vários filetes de água, e quando chegar um momento em que passar por um corregozinho com um cano preto fino que canaliza a água, a trilha está começando a chegar no fim. Outro ponto de referência é uma casinha de bambu abandonada com uns pés de tangerina. Dá pra comer as tangerinas que são de casca verde que são mais doces do que as de casca amarela. Ali, o viajante deve seguir em frente mas ficar animado por estar se aproximando do destino final. Em pouco tempo o trilheiro vai passar por um descida que alterna chão de rochas e terra com vegetação. dali, em poucos instantes finalmente surge a primeira placa com a indicação de que está chegando ao Saco Bravo e que você está na trilha correta.



A primeira placa, finalmente!


Continuando a descida desse ponto, se alcança outra placa com a indicação da trilha. Nos últimos metros, o viajante terá que vencer uma descida por pedras enormes para chegar à cachoeira. Vá pelo lado direito do amontoado de pedras, até que aviste uma corda que ajuda a completar a descida da última rocha que o separa da cachoeira. Cuidado, a descida assusta e oferece real perigo a quem não se escorar muito bem nas pedras. Use braços, pernas pés e mãos em todas as fendas que puder para descer. A cachoeira é de cair o queixo, é maravilhosa, compensa o esforço!!!


A cachoeira fica bem ao lado do mar e desagua nele!

Depois de descer as pedras, finalmente olhando a cachú de perto!
Mergulho merecido na cachoeira linda!

Chegamos là umas 11hs, levamos, ao todo, umas 3hs quando os locais disseram que era uma trilha de 2hs, mas paramos bastante. Uma dica para não se perder é sempre seguir pelo caminho mais aberto. Em bifurcações, a maioria das vezes o caminho é a esquerda e deve-se prestar muita atenção a troncos ou vegetação que impeçam/dificultem a passagem em um dos caminhos, pois isso indica que não se deve seguir por ali. Perguntar sempre que passar alguém é útil.
Na volta, levamos menos tempo (2h30) pra completar o trajeto. Acredito que a cachoeira e o descanso tenham nos revigorado. Encontramos diversas pessoas meio perdidas que tinham tido dúvidas nas bifurcações e já estavam pensando em voltar quando nos encontraram. Também reencontramos na praia de Ponta Negra dois homens de cerca de 50 anos, paulistas, que tinham chegado ao pé das rochas logo antes da cachoeira, mas que por receio de como fazer para descer haviam voltado sem poder se deliciar com o banho, imagino que frustração... Estou relatando esse feito pra reforçar o quanto a descida por entre as pedras até o Saco Bravo pode ser desafiadora, principalmente pra quem tem medo de altura, pouca intimidade com rochas e fendas e flexibilidade reduzida. Se não se sentir seguro e não tiver ninguém na cachoeira para ajudar, será melhor não arriscar.
Ao retornar à Ponta Negra, demos um bom mergulho na praia e logo pedimos nossa refeição no mesmo restaurante do jantar do dia anterior. Dessa vez, nos serviram um peixe empanado, e a salada era de cenoura ralada, palmito e milho. Dali, tomamos banho e desarmamos o acampamento. Conseguimos um barco para o condomínio de Laranjeiras por 30 reais por pessoa, quando normalmente custa 40. Pegamos uma lua cheia animal, que mais parecia um medalhão dourado no céu. Depois de desembarcar do trajeto de 20 minutos, ficamos em uma fila de trilheiros (a maioria chegando de barco da praia do Sono) esperando a van gratuita do condomínio que leva de volta à vila de Oratório, onde se deixam os carros. A van deixa os passageiros no ponto de ônibus, e dali, se deve seguir a pé por mais uns 15 min para chegar até o local de estacionamento dos carros. Deste ponto, mais umas 3h e pouco para o Rio. Chegamos em casa quase meia noite, e dia seguinte, tinha trabalho, mas voltei muito satisfeita, com o coração repleto de energias positivas, sentimento de conquista e experiências inesquecíveis. Agora, fica no sonho a travessia da Joatinga até Saco do Mamanguá!!!

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Pedra do Sino - Teresópolis

Eu sei que sempre digo isso, mas fazem anos que estou pra subir a Pedra do Sino. De fato, há alguns anos perdi uma viagem para lá com um grupo grande de amigos, e desde então, nunca mais consegui convencer ninguém a encarar essa aventura comigo. Minto, da última vez que marquei com um amigo, choveu horrores e desisti de ir.

Foi então que saiu a viagem! A Pedra do Sino fica no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, a trilha pra chegar lá começa no topo da sede de Teresópolis. Dá pra ir de carro, e estacionar o veículo a 1km do início da subida.

No total, entre diária de estacionamento do carro, pernoite no abrigo em beliche, banho quente, entrada no parque, cada um gastou cerca de 80 reais. Os ingressos podem ser adquiridos pelo site do parque, mas é importante notar que em caso de desistência, eles não remarcam (exceto 15 dias antes da data prevista pra subida) nem devolvem o dinheiro pago. Que você compre pelo site ou na hora, leve com você os ingressos até o abrigo, pois os guias irão requisitá-los là em cima.

No caso do meu grupo, começamos a subida por volta de 12h30. Não é là o melhor horário pra começar a trilha, mas tivemos diversos contratempos (atraso do pessoal, galera com fome querendo tomar café em padaria, etc.) e apesar do horário avançado, a trilha é, em sua maioria, coberta por vegetação que protege do sol forte o andarilho.

A primeira hora de caminhada da trilha é bem íngreme, e com muitas pedras que deixam o chão irregular. Esse primeiro trecho, no entanto, oferece dois oásis que são muito bem-vindos para revigorar o trilheiro suado: um poço para se refrescar logo ao lado da primeira ponte de concreto da trilha, e em seguida, a cachoeira Véu de noiva, linda, deliciosa, na qual vale a pena se deter. Nós ficamos cerca de 1 hora nessa cachu.

Primeiro poço para se refrescar depois de suar. 
Melhor cachoeira da trilha: Véu da noiva.
Cachoeira Véu da noiva. 
A cachoeira estava com bastante água devidos às chuvas.

A segunda parte da trilha consiste em uma caminhada em zigue-zague com declive suave, mas simplesmente interminável. Como fomos agora no verão, logo depois de chuvas fortes, muitos trechos da trilha estavam alagados, e perdemos um tempo prestando atenção onde era melhor pisar pra evitar enfiar o pé na lama e desviar de pedras com limo. Claro que o tênis chegou lá em cima imundo pois tiveram uns momentos em que foi impossível evitar a lama. Também tinham muitas pedras que dificultavam a progressão da subida, e em alguns momentos uns degraus mais acentuados que dificultam a vida de quem tem joelho ruim e está levando mochila de trilha nas costas. Nesse segundo trecho da trilha, passa-se por outras fontes de água e por trechos bem cobertos por mata.

Trilha aberta com maciços de pedra.
Trilha plana em diversos momentos.

Segunda parte da trilha com vários trechos para descanso.

A terceira parte da trilha, que acontece depois de ma grande clareira gramada em uma curva onde crescem hortênsias tem mais mirantes e é bem mais descampada. No fim, caminha-se por uma trilha entremeada por terra, areia e trechos de puro granito, completamente abertos, com sol direto na cabeça. Nesse último trecho é possível tomar um banho refrescante num poço de águas gélidas que fica a uns 40 minutos do abrigo.

Brincando na hora do cansaço pq a trilha não terminava nunca.
O grupo animado.
Último poço para banho antes de chagra ao abrigo.
Para trilhas longas de subida, é aconselhável levar o mínimo necessário, evitando a fatiga excessiva das pernas, costas e ombros. No meu caso levei 1 lanterna de cabeça com pilhas, 1 repelente, 1 protetor solar fator 60, 1 óculos escuro, 1 saco de dormir 0oC, 1 mini travesseiro dobrável, 1 toalha impermeável dobrável, 1 calcinha, 1 par de meias, 1 calça legging, 1 t-shirt extra, 1 casaco leve mas bem resistente a frio, 1 par de havaianas, 1 mini shampoo, 1 desodorante, 1 mini sabonete desses de hotel, 1 pente, 1 celular com máquina fotográfica embutida, minha carteira, 1 capa de chuva, 4 sacos de plástico para lixo e roupa suja, 1 lata de atum, 4 fatias de pão de forma, 1 toddy, 3 barras de cereal, 1 pacote de torradas equilibri, 1 chocolate Charge e 1 garrafa de 1.5 litros de água cheia. Acomodei tudo na minha antiga mochila de camping Ferrino de 75L. Ela por si só já pesa, mas dá um conforto na hora de distribuir e carregar o peso nas costas, por isso acho q vale a pena ir de mochila de camping mesmo se for agregar peso. Minha amiga que foi de mochila normal sentiu muitas dores nos ombros e costas. Não levamos barraca, isolante térmico, panelas, talheres nem fogareiro pois no abrigo tem fogão, utensílios de cozinha e beliche para quem se aloja por là. Tem banho quente movido a boiler e pode-se abastecer as garrafas de água com água da bica. Os caras que cuidam do abrigo e que sobem e descem a trilha pra reabastecê-lo em caso de qualquer necessidade são o Duda e o Guilherme, moleques mto gente boa que podem dar altas dicas de como chegar nos picos mais próximos ali.

O Abrigo 4.
Beliche do Abrigo.

Quando subimos agora no verão, a cachoeira Véu da noiva estava com muito mais água do que o normal (o que foi fantástico!), a trilha com muitos trechos alagados, o dia e noite de céu aberto com uma lua quase cheia e temperatura bem amena para a altitude de 2275 m. Além disso, lá em cima só haviam 2 jovens músicos baianos "bicho-grilo", um pai com seu filho do Paraná e nosso grupo, além, claro, dos guias do parque.

A subida, apesar de não ser íngreme, é muito longa e bem cansativa. Pode ser feita por qualquer pessoa que tenha paciência e força de vontade para chegar ao cume. Reclamões e frescos não devem tentar subir. O abrigo tem cheiro de mofo pois é de madeira e conta com pouca manutenção, as luzes de LED movidas a painel solar são fracas (só 15V) e a não ser que os guias sejam legais com vc, não tem tomada pra carregar celular ou maquina fotográfica (ficam restritas ao quarto dos caras).

Do abrigo até o cume da Pedra do Sino, são de 20 a 30 minutos de subida por uma trilha que nem sempre é bem demarcada. Em diversos momentos, o trilheiro precisa de bom senso pra encontrar o caminho entre os blocos de granito íngremes e chegar là.  Deve-se ficar atento para setas nas pedras com a indicação da direção da subida. O mesmo vale pra descida. Para quem não conhece bem essa subida final, não se deve esperar anoitecer para descer do topo, pois há grande chance de se confundir. Esperar pra descer após o pôr do sol apenas se encontrar uma galera là em cima que conheça bem a trilha e que irá descer nesse horário.

Curtindo o visual da Pedra do Sino.
Visual de cima.
Mais visual.
Cadeia de montanhas bem acidentada.
Esperando o sol baixar.
A flora é super diferente.
Curtindo o sol se pôr.
Descida do Sino antes do sol descer completamente.

Perfeito!
Dia seguinte, subimos a Pedra da Baleia.
Nós no topo da Baleia.

Subindo os típicos maciços de rocha dos cumes da região.
Nós explorando o cume da Baleia.
Panorama de cima da Pedra da Baleia.
Uma das vistas da Baleia, tempo começando a mudar.
Como sempre, não subestime a descida. Apesar de ser mais rápida, ela exige muito dos joelhos, é fácil torcer o pé pois as pernas ficam muito cansadas depois de um certo momento e por isso frequentemente as pessoas pisam em falso ou escorregam nas raízes, pedras e degraus.

De resto, é só aproveitar muito o visual, o exercício, as cachoeiras e as amizades feitas no caminho!