sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Morro Dois irmãos

Por incrível que pareça, nunca tinha subido a trilha do morro dois irmãos. Sempre ouvi dizer que a vista de là é muito linda, e por isso, mesmo sendo no RJ, ela vai entrar aqui ;). Pra mim foi um grande desejo realizado.
Tive a oportunidade de subir graças a uma amiga que entrou no laboratório no qual trabalho e que já tinha subido junto com guia. Num final de semana de sol, falei com ela e fomos, junto com uma outra amiga, rumo à Trilha dois irmãos.

O melhor para chegar é pegar um ônibus que passe na Av Niemeyer, pois ali perto, não tem onde estacionar carro. No larguinho do Vidigal, na praça estacionado à direita, ficam uma kombis que levam as pessoas para as ruelas do morro.

Pegamos o transporte que nos custou 2,50 R$ e pedimos que nos deixasse no local mais próximo da entrada da trilha. Chegando là, tem uma ruela estreita, com uma casa de moradores à direita, mas é preciso subir uma espécie de muro baixo e seguir até o inicio da trilha.

Certos trechos têm vários caminhos abertos, mas como sempre tem gente subindo e descendo, é muito fácil seguir a trilha principal. O maior problema dessa trilha é que ela é bem escorregadia na descida por conta de ser íngreme e com poucas raízes no chão para dar sustento ao pé. Como bate muito sol, a terra acaba ficando seca e solta, fazendo muita gente cair no percurso.

No plateau de pedra: apreciando o visual.
Rocinha abaixo e Pedra Bonita ao fundo























A trilha passa por um pequeno trecho de pedra onde se pode apreciar a Rocinha descansar um pouco, depois passa, quase na parte final, por locais onde se pode avistar São Conrado, Pedra Bonita e Pedra da Gávea.


Vanessa e eu com Pedra da Gávea e Praia de São Conrado ao fundo.


Contudo, o visual mais lindo de todos é realmente lá em cima, onde se pode ver Leblon, Ipanema, Jardim Botanico, Copa, Lagoa, Baía de Guanabara.



Chegada no topo: tem sempre gente na trilha.
Visual super amplo lã do topo: vale muito a pena!


O percurso deve dar em torno de 1 hora de subida devagar, parando para se hidratar.

A descida é obviamente muito mais rápida pois existem poucos trecho da trilha planos. O motorista do transporte de descida cobrou apenas 2 reais, acho que como tinham outras pessoas na kombi, ele não teve como cobrar preço diferente pra comunidade e pro turista. Vale muito a pena o passeio, a gente desce maravilhado com nossa cidade.




quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Subida do Vulcão Láscar - Chile

Desde as aulas de geologia no primário, que falavam sobre placas tectônicas, magma, tipos de erupções e formação de relevo na Terra sonhava em ver de perto como era um vulcão.

Assim que pintou a oportunidade decidi: tinha que subir um vulcão. Quando disse, no local de montanhistas que organizava subidas aos vulcões, que era Brasileira e morava no Rio de Janeiro, os guias me olharam desconfiados, sem botar muita fé que eu subiria, pois eu vivia numa cidade ao nível do mar, e não estava na melhor das minhas formas físicas.

De todos os vulcões disponíveis, escolhi um vulcão que pudesse ser visitado em um único dia e principalmente, que fosse ativo. Queriam me empurrar a subida ao Cerro Toco, que já é extinto e tem uma subida bem mais curta, mas o fato de não ser um vulcão ativo me fez rechassar a idéia.

Contratei os serviços da Cumbres 6000: as subidas se fazem com no máximo 4-5 pessoas e o guia seria o Patrício, com quem tinha conversado justamente antes de contratar o trekking. Passaram para me pegar às 5hs da manhã no hotel, e o próprio Patrício conduziu o grupo por algumas horas noite adentro numa pickup. Paramos ao lado da laguna Lejía (um lago salgado lindíssimo que forma um verdadeiro espelho rodeado por vulcões) para tomar o café da manhã. 

Laguna Lejía com cadeia de vulcões
Fazendo a aclimatação à altitude ao lado da Laguna "espelho d'água"


O café da manhã foi bem simples, e rolou em pé mesmo. Tinha um pão típico da região chamado "pão pisado" meio dormido sem nada pra passar ou colocar dentro e um chá quente. Infelizmente, a mais de 4 mil metros de altitude, comer um farto café da manhã é altamente desaconselhável pois pode resultar em episódios de vômito pesados. Para chegar ao ponto de partida da caminhada, ainda entramos no carro e rodamos por mais uns 45 minutos em um terreno irregular até chegar à encosta do vulcão.

Após fazer xixi agachada atráz do vehículo num frio desgraçado, começamos a subida por volta de 7h30, levando cada um cerca de 1 litro de água (imprescindível!) e máquina fotográfica na mochila. O terreno tem uma inclinação mediana mas o solo é desagregado, como que de uma terra fina misturada a pedras bem pequenas, o que torna a caminhada difícil. Mas o que mais dificulta a subida é de fato a altitude que faz com que a pessoa se canse extremamente rápido com a falta de oxigênio.

Durante a trilha, é possível ver os picos nevados ao redor, e mais adiante, passa-se por muitos trechos com neve. Para quem nunca viu, será uma oportunidade de se ter um gostinho de como é ver e tocar a neve (dependendo da época do ano, subi em Setembro). Logo depois do primeiro trecho de subida, a trilha se transforma em um zigue zague constante até o cume.

Já no cume
Terreno arenoso

Durante o percurso, teve gente passando mal e o guía estava impressionado com a lentidão do grupo. Ele acabava tendo que subir e descer diversas vezes para incentivar e tentar ajudar os retardatários a respirar melhor e encontrar seu ritmo de caminhada. Importante frisar que paramos diversas vezes, nos hidratamos e comemos barras de cereal, frutas e mini chocolates em pequena quantidade fornecidas pelo guía durante a ascenção.

 
A impressionante cratera soltando fumaça
Ao fundo a Laguna Lejía

Quem passou mal, infelizmente, acabou desistindo nos 2/3 do caminho e teve que voltar sem ver a cratera. O guía, preocupado, acaba acompanhando os que desistem até o carro, e dependendo de onde estão os líderes da trilha, precisa subir de volta. Felizmente, quando ocorreu essa desistência eu já tinha chegado ao cume e por isso pude descer sem a ajuda do guia e liberá-lo pra acompanhar os que não conseguiram prosseguir. Uma pena, pois além de ser uma visão e tanto e representar uma superação pessoal para muitos, o trekking não é barato (paguei 85 mil pesos, o equivalente a 380 reais com o câmbio do momento) e a quantia paga não é reembolsável. Por isso mesmo, quem almejar subir qualquer desses vulcões deve optar por fazer o trekking no último dia de viagem, após ter feito a aclimatação progressiva à altura em diversos passeios em altitudes mais baixas, e lembrar de comer pouco, não ingerir bebidas alcolicas, beber muita água e dormir cedo no dia que antecede o passeio. Contrariamente ao que é propagado no "boca a boca" e nos sites que li, mascar folha ou chupar bala de coca, beber a infusão dessa ou de outras ervas paliativas para o mal de altitude como a Rica-rica e a Tatacoma não é aconselhável para novatos, segundo nosso guía montanhista. Felizmente, não senti nada além do cansaço natural por estar subindo uma ladeira em altitude. 

Patrício relatou que outros turistas que haviam tentado subir o Láscar dois dias antes haviam desistido antes da metade do trajeto, logo não se sinta tão mal se tentar subir e desistir no meio do caminho, pelo menos terá tentado. Aliás, as pessoas que não conseguiram subir no meu grupo tinham 40 anos, o corpo torneado de academia, logo, ser sarado e relativamente jovem não é garantia de sucesso na subida.

Contrariamente ao que se podería pensar, a descida não é moleza. O terreno inclinado constituído de areia e pedras soltas dificulta muito o regresso, e a volta parece bem longa. Com a altitude, é possível que alguns sintam tonteira, o que pode ser assustador numa descida como essas. Mesmo depois de chegar no carro, os desafios relativos à altitude não terminam. No meio do trajeto de volta, comecei a sentir um pouco de tonteira enquanto um dos integrantes do grupo passou muito mal e vomitou repetidas vezes (segundo Patrício, devido a uma diferença muito brusca de altitude quando se anda de carro). Fazendo esse passeio, chega-se ao hotel por volta das 18h30, ou seja, passeio de dia inteiro.

Outros ítens imprescidíveis são protetor solar, protetor labial, papel higiênico, óculos escurosbons calçados de trilha (nesse caso não é necessário uma bota estabilizadora de tornozelo), e estar bem abrigado. No meu caso, usei uma meia calça fio 80 como primeira camada, seguida de uma legging de cotton e de uma legging dry fit como segunda e terceira camadas. A meia de lã que comprei no proprio Atacama serviu perfeitamente pra aquecer pés e canelas. Na parte superior usei uma blusa segunda pele justa também do material de meia calça (que por sua composição sintética retem bem o calor) seguido de uma blusa de algodão por baixo de um polar e de um casaco de esqui. Luvas, cachecol e gorro também são indispensáveis, pois o vento costuma gerar uma sensação térmica muito mais "punk" durante a subida desses vulcões. Apesar de sentir calor durante a subida, bastava parar durante mais de 3 minutos para que o frio aparecesse novamente. Os mais encalorados sempre têm a opção de retirar uma camada interna, por isso é uma boa pedida se vestir no sistema de camadas.

Já descendo

Em suma, a subida não é fácil, principalmente para pessoas que não estão acostumadas com altitude ou sedentárias, mas com material básico (mencionado acima), força de vontade e achando o seu próprio ritmo, é possível chegar ao cume, a 5600 metros de altitude, e ser recompensado com uma vista única da cratera enorme do Láscar com suas fumarolas e cheiro de enxofre. 



domingo, 10 de agosto de 2014

Rapel na Pedra da Tartaruga- Guaratiba RJ

Já inha feito diversas vezes a trilha que leva de Guaratiba às praias selvagens, mas nunca tinha feito rapel na pedra da Tartaruga.A pedra tem 98 metros de altura, mas a descida do rapel é bem curta pois se limita ã descida da cabeça da tartaruga.

Faz algum tempo, olhando as ofertas coletivas disponíveis, vi um cupon que dava direito a fazer o tal rapel: não hesitei, sabia que aquela era a oportunidade perfeita que vinha faltando pra me impulsionar a realizar o projeto. Confesso que fiquei meio receosa de fazer uma descida negativa como essa com um pessoal de compra coletiva que eu nunca tinha ouvido falar, passou na minha cabeça "será que o equipamento estaria em bom estado?" Mas não quis saber, fechei os olhos e fui. A empresa que executou o rapel foi a Pathae caso alguém se interesse em fazer.

Começamos a trilha bem cedo, 7hs, o dia estava lindo, o ar fresco e a trilha completamente deserta! No grupo que iria descer, além dos dois instrutores, éramos apenas eu e mais um casal. Uma dica importante para quem chega à Guaratiba de carro, é chegar ainda mais cedo pois existem pouquíssimos locais onde o estacionamento é permitido, o local lota rápido e os policiais realmente multam os carros parados em locais proibidos.

Fomos os primeiros a chegar na Pedra, e os instrutores começaram a montar o equipamento. O grupo que chega primeiro sempre pega o melhor point de rapel, com o melhor visual, e ainda curte o local na maior paz, por isso é muito importante chegar cedo. Além disso, a trilha feita com sol baixo é muito mais agradável. Como o topo da pedra é descampado, é importante levar protetor, chapéu e água pra não pegar insolação, passar muito calor e sede (dá pra aguentar se você esquecer tudo isso, mas obvio que haverá algum desconforto rs).
Sentadinha com a praia só pra mim ao chegar no topo da Pedra.


A pior parte para a realização desse rapel é esperar a montagem do equipamento, que é bem demorada (toma a maior parte do passeio, tirando a trilha). A descida em si é extremamente rápida, pois é feita com uma peça chamada de "oito" que, na minha humilde opinião, dificulta um controle fino da velocidade da descida para os mais inexperientes. Quado fiz rapel em Bonito (MS), o equipamento utilizado dispunha de uma alavanca que podia ser pressionada com o polegar e permitia diversas velocidades de descida em função da força aplicada.

Sendo paramentada.
Já na presença do segundo grupo de rapel, montando a via de descida ao lado da nossa.


Depois da paramentação e de passar as explicações sobre a melhor técnica de descida, o instrutor te acompanha até um certo ponto e, dali, você vai sozinho (no meu caso) ou tem a opção de descer em dupla se estiver acompanhado.

Descendo com o instrutor, prestando atenção nas instruções.

Daí, você fica pendurado na corda, aprecia a paisagem o quanto seu dominio do "oito" te permite, e chega brevemente à base da da cabeça da tartaruga. Dali, pega-se um caminho estreito de 3 minutos para retornar ao topo da pedra e a volta a Guaratiba é feita pela mesma trilha de ida.

Último ponto antes de começar o rapel negativo.

A vista da praia do Perigoso é incrível. As águas cristalinas valem um mergulho e uma estendida por là antes do regresso, infelizmente, eu não dispunha de muito tempo esse dia pra ficar por là. Vale lembrar que nem sempre essa praia é tão clara e calminha, já peguei ela com bastante onda , gelada e com transparencia prejudicada.

Não é possível levar máquina fotográfica durante a descida, pois as mãos ficam ocupadas manuseando a corda, por isso os registros se limitam basicamente ao inicio do rapel.

Quando terminamos, là pelas 10hs, fiquei impressionada com a quantidade de pessoas que estavam apinhadas em cima da pedra, não dava pra acreditar que era o mesmo lugar (chegava a ser desagradável). A maioria, aliás, não estava ali para fazer o rapel, apenas pra curtir a vista.Para quem gosta de sossego, chegue cedo!

No fim das contas, valeu a descida que apesar de ser "a jato", tem um visual de tirar o fôlego.






Começando - Pedra Selada - Visconde de Mauá

Estudei em um colégio estrangeiro, por isso acabei sem muitos amigos na minha cidade, todos voltaram para seus países de origem. Tem também o fato de que crescer é complicado, a gente tem que ganhar dinheiro, fazer supermercado, arrumar casa, fazer comida e acaba cansado e sem tempo pra sair. Trabalho bastante, numa área complicada, que é a pesquisa em biologia, e hoje em dia, faço menos aventuras do que gostaria. Muitas vezes me sinto frustrada por não conseguir juntar mais dinheiro e não conhecer gente tão aventureira quanto eu disposta a armar viagens de desbravamento, e por ser mulher, é sempre mais complicado sair sozinha pelo mundo, mas as coisas precisam mudar! Tem momentos da vida da gente que são particularmente complicados, verdadeiras provas de vida, e estou justamente atravessando um destes. Nada melhor do que um momento como esses pra começar um projeto.

Fora isso, um amigo muito querido que tem o mesmo ímpeto que eu por viagens (mas viaja com a namorada) está viajando pela Turquia e ainda vai fazer uma viagem dos sonhos com os amigos em um veleiro pelas ilhas gregas. Ele trabalha em uma empresa legal, ganha um salário bom, tem férias de um mês garantidas, e tem companhia pra viajar. Isso me fez voltar a sonhar em retomar meus projetos de explorar o mundo, trocar experiências e dicas com quem tem tanta sede de mundo quanto eu, e quem sabe angariar uma galera legal pra viajar por aí... É tanto lugar pra conhecer, e tão pouco tempo e dinheiro ahhhhh!!!!
Faz tempo que não faço uma dessas viagens muito empolgantes, mas hoje resolvi começar meu projeto de relatos das pequenas viagens de aventura que faço, que hão de se tornar grandes.

Começo com o relato da subida da Pedra Selada, em Visconde de Mauá aqui no RJ. Toda vez que ía a Mauá, sempre ouvía falar da Pedra Selada, queria subir, mas acabava não subindo. Dessa vez não arredei o pé, subi, mesmo sabendo que, muito provavelmente, chegaria ao topo e não veria o tão esperado visual que eu almejava, já que o tempo estava começando a mudar e as nuvens já chegavam ao topo da Pedra. Não, a subida não podia ser adiada mais uma vez!! E vamos ao relato.

O início dessa trilha começa no sítio de um senhor chamado Alcebíades. Pra chegar lá é necessário passar pela vila de Visconde de Mauá, que é do lado oposto de Maringá e Maromba. Chegando em Mauá é só seguir reto por 12-13km numa estrada de terra em bom estado, passa-se por diversas pousadas como a Mauá Brasil, a Fazenda do Mel, e a Terras Altas. Em um momento chega-se a uma placa, escrita com tinta branca "Pedra Selada", que direciona para uma bifurcação à sua direita.
Daí rapidamente se chega ao rancho do seu Alcebíades (eu cheguei cerca de 13h). Para percorrer a trilha, paga-se uma taxa de 8 reais por pessoa (2014), o que inclui manutenção da trilha e utilização de um banheiro bem modesto no casebre do rancho. 
Seu Alcebíades diz que o trajeto leva 1 hora para ser percorrido, mas subi em 2hs, fazendo umas 6 paradas rápidas e descendo pra dar uma olhada em duas cachoeiras que existem no caminho.

Com a Pedra Selada ao fundo, no rancho do Sr. Alcebíades

 O pico da Pedra Selada é o mais alto da região de Mauá e fica a 1755m de altitude. A trilha é bem íngreme, tem uma extensão de 2750m de comprimento, mas pode ser feita por qualquer pessoa pois não apresenta nenhum trecho de abismo ou escalada e oferece bancos de madeira ideais para os mais sedentários. Claro que é uma trilha cansativa, mas nada impossível para os não-trilheiros, contanto que disponham de paciência e boa vontade. Durante todo o percurso existem marcos de metragem que aparecem de 250 em 250 metros (andando em subida, 250 metros parecem ser bem mais do que isso) e darão um certa noção de quanto do trajeto falta a ser percorrido. Como na maioria das trilhas um pouco mais demoradas, levar água é fundamental e protetor solar e agasalho são aconselháveis.
O início da trilha se dá por um pasto em subida no qual estão vacas e cavalos. Em pouco tempo chega-se a uma curta descida bem íngreme que leva a uma pequena queda d'água boa pra se refrescar no verão.

Primeira queda d'água (descida íngreme).

Depois dessa queda d'agua, os únicos trechos planos aparecem. A segunda queda d'água não fica muito longe da primeira. Como o dia já estava encoberto (em Mauá, assim como em muitos lugares com cadeia de montanhas o tempo costuma fechar depois do almoço), as cachoeiras não estavam de fato muito convidativas, mas valeu uma parada pra apreciar e molhar o rosto. 

Segunda queda d'água do percurso.
A trilha se acentua muito quando se chega a uma bifurcação que tem uma seta amarela indicando uma subida a esquerda. A trilha principal parece continuar reto, mas é preciso seguir a seta amarela. Depois desse momento, existem dois trechos que necessitam de ajuda de uma corda que fica ali, não por oferecerem perigo, mas sim porquê o desnível do degrau de terra é muito grande. A perna vai sofrer um pouco e a mão vai, provavelmente, ficar suja de terra. Finalmente, chega-se a uma placa indicando que faltam apenas 100 metros. É mentira!!!! Ainda andei um tanto antes de chegar no cume!
O fim da trilha é feita sobre a pedra que é uma das pontas da Pedra Selada. Infelizmente, quando cheguei ao cume, o tempo estava todo encoberto e não dava pra ver a vista que todos relatam. 

No cume, tudo encoberto.
Mesmo sem visual, fiquei satisfeita por chegar lá!
Mesmo sem visual, a sensação de conquista, de finalmente realizar um plano que tinha faz tempo, foi ótima. Assinei o livro de visitantes, que é um caderno vagabundo com folhas soltas dentro de uma proteção de metal. A descida foi bem ruim pro joelho (eu já tenho problema no joelho!) e panturrilhas, além de ter esfolado no tênis um dos meus dedos do pé devido à inclinação excessiva. Devido a umidade que deixou diversos trechos escorregadios, demorou mais de 1hora.
Assinando o caderno de trilheiros.

No topo, haviam 2 cães do seu Alcebíades que me acompanharam na volta (incrível como existe cachorro em toda trilha!), mas ficavam emperrando na frente dos passos que eu dava, mais atrapalhando do que ajudando. Eles estavam aguardando qualquer lanchinho que eu tivesse, ganharam uns biscoitos :-). Final da tarde, missão cumprida, apenas uma boa noite de sono pela frente. Ainda vou voltar em dia de sol pra conferir o visual.